Deixo aqui as partes mais importantes de um telefilme da TVI, que reporta a violência doméstica num casal de classe social elevada. Peço desculpa por não o ter colocado todo, mas só consegui arranjar estar partes.Espero que gostem.
"Vivemos num mundo onde nos escondemos para fazer amor! Enquanto a violência é praticada em plena luz do dia." Eis a incompreensível realidade com que nos deparamos nos dias de hoje, mas que muitos de nós preferimos não ver. Este Blog foi criado com o objectivo de denunciar a cruel verdade sobre a Violência Doméstica! Pois é hora de parar de fingir que esta não existe, quando pode estar mesmo ao nosso lado!
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quarta-feira, dezembro 07, 2011
Excertos do livro de Catarina Fortunato de Almeida, "Ferida de amor"
"Há já algum tempo que ele não me agredia, o que me convencera de que
finalmente o pesadelo tinha acabado. Não podia estar mais enganada. A
Alexandra entretanto pediu para ir à casa de banho. O meu marido
aproveitou a sua ausência da sala e pegou-me no braço para me levar para
a cozinha. Não percebi o que ele queria e honestamente nem imaginei que
me pudesse bater. Afinal estavam pessoas em casa. A ideia era tão
disparatada que não me passou pela cabeça que o pudesse fazer. Mas fez.
Assim que passámos a porta agarrou-me na cabeça e bateu com ela na
parede.Duas, três vezes. desatei a gritar, com quanto ar tinha nos
pulmões. Ele irritou-se ainda mais. Começou a dar-me pontapés,
apertou-me o pescoço e começou a dar-me com a cabeça na parede, ao mesmo
tempo que me insultava, chamando-me "cabra" e "puta". Estava fora de
si. De repente parou. A minha amiga estava chocada. Sabia que ele me
batia, mas nunca pensou que o fizesse praticamente à frente de outras
pessoas. Depois gritou comigo. Disse-me que eu tinha de acabar com
aquilo antes que "ele me matasse". Que era uma "vergonha", que ninguém
entendia como é que eu suportava tal situação.Nem eu entendia bem.
Aguentava porque, de cada vez, convencia-me a mim própria de que ele
nunca mais voltaria a fazê-lo.Que seria a ultima vez."
....
"
E como não fazia nada, o José Maria continuava. Cada vez com mais
força, com mais falta de respeito. Já nem havia motivos, razões ou
pretexto. Era violência pura, pelo simples gosto de bater-me...o meu
filho disse-me que tinha medo que eu morresse. Não podem imaginar o
efeito destas palavras numa mãe. É como se alguém nos acordasse de um
coma profundo. Foi isso que senti. A ideia de os meus filhos poderem
ficar sozinhos, sem mim, era dramática, insuportável."
CONTINUA...
Nova campanha contra a Violência Doméstica
O governo lança esta tarde uma campanha nacional contra a violência doméstica, no Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres. Desde o início do ano, 23 mulheres foram mortas pelos companheiros ou ex-companheiros.
Na maioria dos casos já eram vítimas de violência doméstica há vários anos.
Os números são cada vez mais preocupantes. Até Junho, as forças policiais
receberam mais de 14500 participações relacionadas com casos de violência
doméstica. Em 85% dos casos as vítimas eram mulheres e em 15% eram homens.
Estudos recentes revelam ainda que um terço das vítimas de violência
doméstica se mantém na relação durante mais de dez anos.
A campanha vai ser divulgada nas próximas semanas nas televisões, rádios e
jornais e em cartazes nos autocarros de Lisboa e Porto .
Entidades que prestam serviços de apoio às vítimas de Violência
- Linha de Emergência Nacional - Serviço telefónico gratuito, através da linha 144, disponível 24 horas por dia.
- Linha Telefónica de Informação às Vítimas de Violência Doméstica - Serviço telefónico de informação gratuito, anónimo e confidencial, através do número 800 202 148, disponível 24 horas por dia.
- CIDM (Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres) disponibiliza um serviço de informação e apoio jurídico de carácter confidencial e gratuito. É necessário fazer marcação prévia nas instalações da CIMD.
- UMAR (União Mulheres Alternativa e Resposta), uma organização não governamental de mulheres que disponibiliza centros de atendimento, apoio e acolhimento às mulheres vítimas de violência.
- APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima) proporciona apoio jurídico, psicológico e social às vítimas de crime e a seus familiares.
Como saber se é vitima de Violência Doméstica
- Tem medo do temperamento do seu namorado ou da sua namorada?
- Tem medo da reacção dele(a) quando não têm a mesma opinião?
- Ele(a) constantemente ignora os seus sentimentos?
- Goza com as coisas que lhe diz?
- Procura ridicularizá-lo(a) ou fazê-lo(a) sentir-se mal em frente dos seus amigos ou de outras pessoas?
- Alguma vez ele(a) ameaçou agredi-lo(a)?
- Alguma vez ele(a) lhe bateu, deu um pontapé, empurrou ou lhe atirou com algum objecto?
- Não pode estar com os seus amigos e com a sua família porque ele(a) tem ciúmes?
- Alguma vez foi forçado(a) a ter relações sexuais?
- Tem medo de dizer "não" quando não quer ter relações sexuais?
- É forçada(o) a justificar tudo o que faz?
- Ele(a) está constantemente a ameaçar revelar o vosso relacionamento?
- Já foi acusada(o) injustamente de estar envolvida ou ter relações sexuais com outras pessoas?
- Sempre que quer sair tem que lhe pedir autorização?
domingo, dezembro 04, 2011
Consequências da Violência Doméstica
As Mulheres sobreviventes de violência sofrem, a longo prazo, graves danos
emocionais, psicológicos e físicos.
Consequências ao nível da saúde física
- Nódoas negras
- Dores de cabeça
- Aborto espontâneo
- Hemorragias
- Fracturas
- Problemas ginecológicos
Consequências ao nível da saúde mental
- Baixa auto-estima
- Sentimento de incapacidade
- Ansiedade
- Irritabilidade
- Depressão
- Perda de memória
- Abuso de álcool e drogas
- Tentativas de suicídio
Consequências sociais
- Isolamento
- Dependência económica
- Perda do emprego
Muitas Mulheres envolvidas em violência doméstica, perdem o emprego ou são obrigadas a despedir-se, devido a:
- Assédio (telefonemas, visitas constantes)
- Baixas prolongadas
- Dificuldades de concentração
- Baixa de produtividade
- Sequestro em casa
Os seguintes vídeos demonstram perfeitamente esta
realidade
quinta-feira, dezembro 01, 2011
Causas da Violência Doméstica
As
causas são várias:
- A principal causa é a causa cultural,se levarmos em conta a estrutura da sociedade cabo-verdiana,Cabo Verde foi formado na sua origem por escravos, como se sabe um país de base esclavagista e violenta por excelência. Portanto a cultura da violência é inerente ao homem cabo-verdiano.
- A segunda causa é a causa económica. É sabido que a mulher é a principal vítima de violência doméstica e isto porque ela foi sempre discriminada ao longo da história, o homem é que ia a escola, era ele quem tinha o dever de sustentar a casa, e a mulher não podia ir a escola porque o principal papel dela era a procriação e educar os filhos por isso, ainda muitos homens pensam desta maneira e segundo estes, a mulher deve ficar em casa cuidando dos filhos sem levar em conta outros direitos que ela tem.
- A terceira causa é a causa psicológica. O homem ainda hoje acha que a mulher com que convive é propriedade sua. “Eu posso, mando e faço.” O homem manda e agride e, muitas vezes, a mulher fica num beco sem saída porque não tem para onde voltar, por causa da pobreza ela muitas vezes aguenta um conjunto de situações complicadas já que depende totalmente do marido ou companheiro. Esta é a principal razão de suportar muitos abusos já que não tem outra forma de ganhar sustento dos filhos.
- Os ciúmes também são uma causa muito frequente, normalmente o agressor(a) observa o(a) seu(sua) companheiro(a) conversando com uma pessoa do sexo contrário e sente-se ameaçado e agride o(a) companheiro(a).
- Existem ainda muitas outras causas, cada encara a um problema da sua forma.
Tipos de Violência Doméstica
A violência domestica divide-se em 3 tipos:
A VIOLÊNCIA FÍSICA
A violência física consiste basicamente no
uso da força com o objectivo de magoar, e deixa ou não marcas evidentes. São
comuns murros e chapadas, agressões com diversos objectos e queimaduras por
objectos ou líquidos quentes.
Quando as vítimas são homens, normalmente a violência física não é praticada
directamente. Tendo em vista a habitual maior força física dos homens, havendo
intenções agressivas, esses factos podem ser cometidos por terceiros, como por
exemplo, parentes da mulher ou profissionais contratados para isso. Outra modalidade
é as agressões em que e apanhado o homem de surpresa, como por exemplo, durante
o sono.
A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA :
A Violência Psicológica ou a Agressão Emocional, às vezes é igual ou mais
prejudicial que a física.É caracterizada pela rejeição, discriminação, humilhação e desrespeito
exagerados. Trata-se de uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis,
mas emocionalmente causa cicatrizes profundas para toda a vida.
VIOLÊNCIA VERBAL
A violência verbal está directamente relacionada com a violência
psicológica. Alguns agressores verbais dirigem os seus insultos contra outros
membros da família, principalmente em momentos em que estes estão na presença
de estranhos.
Em consequência da sua menor força física a mulher tende especializar-se na
violência verbal mas, de facto, esse tipo de violência não é um direito
exclusivo das mulheres.
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