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sexta-feira, janeiro 06, 2012

Casos de violência doméstica aumentaram 23% em dois anos

06.01.12 por SAPO

Os casos de violência doméstica aumentaram 23 por cento em dois anos, passando de 20.394 em 2008 para os 25.129 casos em 2010 (excluindo a violência contra menores), foi hoje divulgado num seminário sobre esta temática realizado no Porto.
Os dados foram apresentados num encontro destinado a refletir sobre os resultados do Programa para Agressores de Violência Doméstica (PAVD) que foi implementado em regime experimental nos últimos três anos em 79 comarcas da região Norte mas que deverá, a partir de agora, ser replicado a nível nacional.
Isabel Batista, coordenadora da equipa de projeto PAVD, da Direcção Geral de Reinserção Social contou à Lusa que “os resultados preliminares deste programa mostram mudanças positivas ao nível do autocontrolo dos agressores”.
Esta psicóloga explicou que o projeto, destinado exclusivamente aos agressores conjugais, com o objetivo de prevenir a reincidência, iniciou-se a 15 de julho de 2009 e termina no próximo dia 14.
“Os resultados, que consideramos satisfatórios, apesar de ser necessário corrigir alguns pontos, revelam que os agressores deixam de ter tanta tendência para atribuir a causas externas o seu comportamento abusivo além de melhorarem o autocontrolo e autodisciplina”, avançou a especialista.
De acordo com Isabel Batista, estes indivíduos têm a tendência para minimizar, banalizar e atribuir o seu comportamento a causas externas, mas no final de 18 meses de programa assumem a consciência e a responsabilidade do seu próprio comportamento.
“Atualmente temos 123 agressores a frequentar o programa que inclui diversas fases, num total de 103 horas”, afirmou, referindo que 20 indivíduos já concluíram o PAVD e cerca de 30 estão na fase final de formação.
O PAVD é uma parceria da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género e da Direcção Geral de Reinserção Social. O objetivo é promover nos agressores a consciência e a assumpção da responsabilidade pelo seu comportamento bem como a aprendizagem de estratégias alternativas ao comportamento violento.
@Lusa