"Vivemos num mundo onde nos escondemos para fazer amor! Enquanto a violência é praticada em plena luz do dia."
Eis a incompreensível realidade com que nos deparamos nos dias de hoje, mas que muitos de nós preferimos não ver. Este Blog foi criado com o objectivo de denunciar a cruel verdade sobre a Violência Doméstica! Pois é hora de parar de fingir que esta não existe, quando pode estar mesmo ao nosso lado!
A violência no namoro é um ato de violência, pontual ou contínua,
cometida por um dos parceiros numa relação amorosa. Acontece quando um
dos parceiros exerce poder e controlo sobre o outro com vista a
conseguir o que pretende. Em Portugal estima-se que uma em cada quatro
jovens é vítima de violência no namoro. A violência no namoro é
considerada um crime público punível por lei e integra-se no quadro
legal da violência doméstica.
A violência no namoro é identificada
através de maus tratos físicos e psicológicos, abusos e violências
sexuais, intimidações e humilhações. É causada normalmente por ciúmes
possessivos, perturbações psicológicas, uso de álcool e drogas.
A violência doméstica funciona como um sistema circular – o chamado ciclo da violência doméstica – que
apresenta, regra geral, três fases:
1. Fase de aumento da tensão: as tensões quotidianas
acumuladas pelo/a agressor/a que este/a não sabe/consegue resolver, criam um ambiente de perigo iminente para
a vítima que é, muitas vezes, culpabilizada por tais tensões.
Sob qualquer pretexto o/a agressor/a direcciona todas as suas tensões sobre a vítima. E os
pretextos, que podem ser muito simples, são usualmente situações do quotidiano, como exemplo, acusar a vítima
de não ter cozinhado ou cozinhado com sal a mais, de ter chegado tarde a casa ou a um encontro, de ter
amantes, etc.
2. Fase do ataque violento: o/a agressor/a maltrata, física e
psicologicamente a vítima (homem ou mulher), que procura defender-se, esperando que o/a agressor/a pare e não
avance com mais violência.
Este ataque pode ser de grande intensidade, podendo a vítima por vezes ficar em estando
bastante grave, necessitando de tratamento médico, ao qual o/a agressor/a nem sempre lhe dá acesso imediato.
3. Fase do apaziguamento ou da lua-de-mel: o/a agressor/a,
depois da tensão ter sido direccionada sobre a vítima, sob a forma de violência, manifesta-lhe arrependimento
e promete que não vai voltar a ser violento/a.
Pode invocar motivos para que a vítima desculpabilize o comportamento violento, como por
exemplo, ter corrido mal o dia, ter-se embriagado ou consumido drogas; pode ainda invocar o comportamento da
vítima como motivo para o seu descontrolo. Para reforçar o seu pedido de desculpas pode tratá-la(o) com
delicadeza e tentar seduzi-la(o), fazendo-a(o) acreditar que, de facto, foi essa a última vez que ele/a se
descontrolou.
Este ciclo é vivido pela vítima numa constante de medo, esperança e amor. Medo, em virtude da
violência de que é alvo; esperança, porque acredita no arrependimento e nos pedidos de desculpa que têm lugar
depois da violência; amor, porque apesar da violência, podem existir momentos positivos no relacionamento.
O ciclo da violência doméstica caracteriza-se pela sua continuidade no tempo, isto é, pela sua repetição
sucessiva ao longo de meses ou anos, podendo ser cada vez menores as fases da tensão e de apaziguamento
e cada vez maior e mais intensa a fase do ataque violento. Em situações limite, o culminar destes episódios
poderá ser o homicídio.
O conceito de violência doméstica com que a APAV trabalha é amplo:
Qualquer conduta ou omissão de natureza criminal, reiterada e/ou intensa ou não, que inflija sofrimentos
físicos, sexuais, psicológicos ou económicos, de modo directo ou indirecto, a qualquer pessoa que resida
habitualmente no mesmo espaço doméstico ou que, não residindo, seja cônjuge ou ex-cônjuge, companheiro/a ou
ex-companheiro/a, namorado/a ou ex-namorado/a, ou progenitor de descendente comum, ou esteja, ou tivesse
estado, em situação análoga; ou que seja ascendente ou descendente, por consanguinidade, adopção ou
afinidade.
A violência exercida entre pessoas do mesmo sexo no seu relacionamento também está englobada neste
conceito.
Esta definição implica a referência a vários crimes, nomeadamente: o de violência doméstica; o de ameaça; o
de coacção; o de difamação; o de injúria; o de subtracção de menor; o de violação de obrigação de alimentos; o
de violação; o de abuso sexual; o de homicídio;
A Violência Doméstica é um problema universal que atinge milhares de pessoas, em grande número de vezes de forma silenciosa e dissimuladamente.
Trata-se de um problema que acomete ambos os sexos e não costuma obedecer a nenhum nível social, económico, religioso ou cultural específico, como poderiam pensar alguns.
A sua importância é relevante sob dois aspectos: primeiro, devido ao sofrimento indescritível que imputa às vítimas, muitas vezes silenciosas e, em segundo, porque, comprovadamente, a violência doméstica incluindo ai a Negligencia Precoce e o Abuso Sexual, podem impedir um bom desenvolvimento físico e mental da vítima.
No próximo dia 25 de Novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, realiza-se uma Marcha pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
Esta Marcha terá início no Largo Camões, em Lisboa, pelas 17h, e
resulta da organização da UMAR - União de Mulheres Alternativa e
Resposta, Movimento SlutWalk Lisboa e ComuniDária - Associação de
Integração de Migrantes e Minorias Étnicas.
"O dia 25 de Novembro, Dia Internacional
para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, está próximo. Embora
sejamos contra todas as formas de violência, decidimos destacar a
violência que atinge as mulheres, porque elas constituem 90% das
vítimas.
Pela primeira vez, estamos a organizar
uma Marcha pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, com o objectivo de
sensibilizar mais a sociedade para este crime terrível.
De facto, apesar das várias campanhas já
realizadas nesse sentido, muitas são as mulheres que continuam a ser
sujeitas a violência de género, conjugal e doméstica, sendo
constantemente assediadas, violadas, traficadas, mutiladas e, mesmo,
assassinadas. Como se não bastasse, frequentemente, culpam a própria
mulher pelo crime.
Estas e outras razões (que poderá
verificar mais detalhadamente no Manifesto, em anexo) traduzem profundas
injustiças face às mulheres. Por isso, no dia 25 de Novembro, sairemos à
rua para dizer que a violência contra as mulheres não faz o nosso
género!
Não somos cúmplices nem indiferentes! Nem mais uma... estamos vigilantes!"
Hoje podemos afirmar convictamente que a Violência Doméstica também mata em Portugal.
Na tabela I, estão divulgados, 50 nomes de mulheres assassinadas pelos seus maridos,
companheiros ou namorados,só durante este ano.
Mas sabemos que este número não está
completo. Muitas situações escaparam, mas o número fala por si.
Tabela I: Nomes de mulheres assassinadas pelos seus maridos, companheiros ou
namorados em Portugal, de Novembro de 2003 a Outubro de 2004
Nome
Idade
Agressor
Morte
Esmeralda Martins
62
Marido
Novembro 2003
Ana Marques
33
Marido
Novembro 2003
Cândida
28
Marido
Novembro 2003
Maria do Céu Rodrigues
35
Marido
Dezembro 2003
Doroteia Vladimirova
23
Ex-namorado
Janeiro 2004
Mariana Melo
53
Filho
Janeiro 2004
Maria Manuela Pinto
41
Marido
Janeiro 2004
Maria Emília Correia
67
Genro
Janeiro 2004
Marta
19
Companheiro
Janeiro 2004
??
??
Marido
Janeiro 2004
??
??
Genro
Janeiro 2004
??
26
Companheiro
Janeiro 2004
??
63
Marido
Fevereiro 2004
Anita Marques (grávida)
17
Amante
Fevereiro 2004
Aida
70
Marido
Fevereiro 2004
Mª José Oliveira
42
Marido
Fevereiro 2004
Maria Alice Vasconcelos
63
Marido
Fevereiro 2004
Dalila
51
Filho
Março 2004
Ana Luísa (João Diogo)
46/26
Marido/Pai
Março 2004
Mª da Luz Rosário
44
Companheiro
Abril 2004
Mª Augusta Lopes
59
Irmão
Abril 2004
Ana Manso
51
Marido
Abril 2004
Susana Campos
27
Companheiro
Abril 2004
??
63
Marido
Abril 2004
Mª Fernanda Cardoso
62
Filho
Maio 2004
Maria da Conceição
65
Marido
Maio 2004
Ana Paula Gaspar
44
Marido
Maio 2004
Anabela Peixoto
40
Marido
Junho 2004
Rosa
55
Marido
Junho 2004
?? (grávida)
30
Marido
Junho 2004
Mª Morais da Silva
64
Marido
Junho 2004
??
20
Ex-namorado
Junho 2004
Cecília Reis (Márcio Filipe)
32/9
Marido/Pai
Julho 2004
Carla Margarida Ferreira
29
Ex-companheiro
Agosto 2004
Maria Clara
43
Irmão
Agosto 2004
Ângela Maria
36
Marido
Agosto 2004
Mª de Lurdes (+filho ferido)
43
Marido
Agosto 2004
Maria do Rosário Ribeiro
30
Marido
Agosto 2004
Conceição
40
Marido
Agosto 2004
Paula Cristina Alexandrino
23
Namorado
Agosto 2004
Maria Firmina
57
Ex-marido
Setembro 2004
Maria Elizabete Rocha
??
Marido
Setembro 2004
Maria Alcina Fernandes
63
Filho
Outubro 2004
Dina de Oliveira Rupio
33
Marido
Outubro 2004
Dora Margarida da Pena
49
Filho
Outubro 2004
Annabelle Martins
40
Marido
?
Vitoria Belagonov
31
Marido
Outubro 2004
Estes dados são um levantamento, por certo incompleto, realizado pela UMAR, cuja fonte
é a imprensa escrita em Portugal.
Não é um levantameno exaustivo, no entanto, é entendido como significativo da violência doméstica no nosso país.Assumindo particular destaque os dados referentes ao homicídio conjugal.
Vídeo em que Rihanna relata o seu caso de Violência Doméstica
A 8 de Fevereiro de 2009, a cantora iria fazer uma actuação na cerimónia 51st Grammy Awards. No entanto, não compareceu e a sua actuação teria sido cancelada e, supostamente devido a um acidente de viação.
Algumas horas depois foi dada a notícia que Chris Brown, namorado de há um ano, teria agredido Rihanna, recorrendo a socos, pontapés e mordidas, facto que teria levado a cantora ao hospital.
Foi aberta uma investigação para apurar o que realmente havia acontecido naquela noite. A 5 de Março, Chris Brown teve a sua primeira audiência, e foi julgado por agressão. O advogado da cantora afirmou que esta, não queria qualquer tipo de protecção em relação ao cantor.
A Maio de 2009, alegadas fotos da cantora nua teriam sido colocadas na Internet. Ainda sem certezas de que fosse a cantora nas fotografias, existiram rumores que a sua editora, Def Jam, pediu para que o material fosse retirado da rede cibernética, no intuito de que fossem analisados por peritos.
Foram procurados editores de imagem, que teriam comparado fotos da cantora, e teriam notado a ausência de tatuagens. No decorrer do mês de Maio, foram colocadas fotos constrangedoras do cantor, acusado de agressão a Rihanna.
No final do mês Maio, ocorreu a quarta audição do caso de violência doméstica, e ficou marcada uma quinta audição para ouvir os testemunhos, incluindo Rihanna, que testemunhou na audiência preliminar, dando seguimento ao julgamento.
O cantor confessou que tinha agredido a ex-namorada, sendo condenado a cinco anos de liberdade condicional e seis meses de trabalhos comunitários.
Foi ainda advertido que seria condenado a quatro anos de prisão em regime fechado caso não cumprisse o acordo no tribunal e não mantivesse a distância mínima de cinquenta metros da cantora.
Em Julho, Chris Borwn, pediu desculpas à ex-namorada pela agressão num vídeo colocado no seu canal oficial no YouTube.
No mês seguinte, o cantor teve de voltar ao tribunal para recorrer à sentença, embora tivesse sido revelado pelo advogado da cantora que a sua cliente discordava da ordem judicial que o proíbe de aproximar-se dela.
A cantora falou pela primeira vez publicamente sobre o caso no programa Good Morning America, a 5 de Novembro de 2009. Passados meses da agressão, depois do julgamento e sentença, Rihanna afirmou estar bem e recuperada, mas que foi "difícil e fez com que acordasse de forma diferente".
A polícia de Los Angeles investiga agora outros episódios de violência entre o casal.
Uma fonte policial disse: "Estamos investigando se o ferimento em seu olho foi causado por Brown. Pode haver uma explicação inocente, mas a polícia acredita que ela tenha recusado anteriormente prestar queixas contra Brown. Ela agora está sendo questionada sobre ferimentos no passado e está começando a abrir-se sobre os incidentes no seu relacionamento".
Uma fonte da polícia de Los Angeles disse: "Estamos interrogando seus amigos e empresário, que contou que ela apareceu com marcas e ferimentos misteriosos antes, mas sempre se recusou a dizer o que os causou. Em uma ocasião ela apareceu com um tapa olho, dizendo que havia arranhado a córnea".
Brown foi acusado de fazer ameaças após o episódio de domingo. É provável que a acusação de violência doméstica seja acrescentada ou substitua a acusação inicial.
O tabloide "The Sun" revelou que depois da briga de domingo, Rihanna relutava em prestar queixa contra o namorado, mas foi convencida por sua mãe, Monica.
A cantora foi vista com um hematoma no pescoço em Dezembro. A revista "US Weekly" afirmou: "Chris e Rihanna tem um relacionamento muito instável. Ele pode ser selvagem e exigente".
A revista informou que os problemas na relação do casal ficaram evidentes dois dias antes do Grammy, em uma festa cujo anfitrião foi o produtor Timbaland. Brown teve na festa um ataque de ciúmes, acusando Rihanna de dormir com o produtor.
O cantor terminou o seu relacionamento com Rihanna na sua página do Facebook e escreveu: "Vocês vão começar a vê-la em cores verdadeiras. Acredite!"
Chris Brown tem se mantido recluso desde domingo. O mesmo não pode ser dito sobre os membros de sua família. O padrasto do cantor negou ter batido na mãe de Brown, contrariando acusações do cantor em uma entrevista de 2007.
Agora uma prima do cantor, Phylicia Thompson, diz: "Chris não foi criado para bater numa mulher. Então, ele deve ter sido provocado. Ele não faria isto para se divertir. Mas o que acontece entre quatro paredes, ninguém sabe".
Ela disse que Brown está deprimido por causa da atenção que o caso tem recebido dos media.
"Ele está se sentindo chateado agora porque os fãs estão desconfiando dele, como se ele tivesse feito algo errado. Claro, ele errou, mas como eu disse, não sabemos o que houve. Ela deve tê-lo provocado. Chris nunca faria algo assim."
Thompson, que encontrou Brown pela última vez em abril de 2008, acrescentou: "Todos amam Chris. O que aconteceu me surpreendeu. Ele nunca foi uma criança problematica."
As imagens abaixo foram um tratamento de choque para a sociedade ávida por justiça e proteção à mulher.
Quando uma situação de violência doméstica atinge a esfera das celebridades, ela ganha maior espaço no centro difusor mediático e alcança uma resposta optimista do público que sofre do mesmo mal. Isso quando as pessoas agredidas colocam a boca no trombone e denunciam o agressor. O que não aconteceu neste caso. Seja por amor ou por medo, o que causou mais estranheza, ou não, é a reacção da cantora diante da situação: ela preferiu voltar para o namorado, depois de uma breve prisão do jovem furioso.
O que as mulheres precisam recuperar, em alguns casos, é a auto-estima e a coragem de abrir o verbo contra machismos, conservadorismos e a violência. Exemplo disso, é o caso da cearense Maria da Penha, que tem uma lei contra a violência doméstica em seu nome. Ela foi vítima de tentativa de homicídio pelo ex-marido, o que a deixou paraplégica. Mas não a deixou incapaz de batalhar por seus direitos,conseguindo chamar a atenção dos direitos humanos internacional, sancionando, através da justiça, a Lei Maria da Penha de número Lei n. 11.340.
Pode parecer mais uma música casual como tantas outras, mas não, esta música surgiu devido a um entre milhares de casos de violência doméstica, em que neste caso, a vítima foi a conhecida cantora Rihannaإ Este acontecimento conduz-nos à conclusão de que a Violência doméstica não acontece só nas classes sociais mais desfavorecidas, mas sim em qualquer casa, sendo as vítimas tanto crianças, como jovens, adultos e idosos. Posteriormente irá ser publicada mais informação sobre este caso, que incentivou muitas mulheres a dizerem: Basta!, ou então, a sentirem que não são as únicas.