É muito difícil garantir que este ou aquele indivíduo despoletam ou não comportamentos agressivos. É muito difícil reconhecer um perfil de agressor. No entanto, há sinais que não devemos descurar e a que precisamos de estar atentas.
"Vivemos num mundo onde nos escondemos para fazer amor! Enquanto a violência é praticada em plena luz do dia." Eis a incompreensível realidade com que nos deparamos nos dias de hoje, mas que muitos de nós preferimos não ver. Este Blog foi criado com o objectivo de denunciar a cruel verdade sobre a Violência Doméstica! Pois é hora de parar de fingir que esta não existe, quando pode estar mesmo ao nosso lado!
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sexta-feira, abril 27, 2012
E ainda afirmamos ser um país desenvolvido...nem animais pode-se considerar, porque os animais ainda defendem os da sua espécie....
O que está para lá dos números...
É tempo de, cada um de nós, dar um passo concreto contra a violência doméstica.
A luta passa pelo diálogo, pela discussão, pela afirmação da nossa indignação de forma convicta e clara.
A luta passa pelo diálogo, pela discussão, pela afirmação da nossa indignação de forma convicta e clara.
Tivemos ontem acesso a mais um Relatório Anual de Segurança Interna, relativo a 2009.
Os números, sobretudo os que dizem respeito à violência doméstica, são sempre amplamente referidos e, com eles, constroem-se várias dezenas de notícias em quase todos os órgãos de comunicação social.
São números, mas, afinal, o que querem eles dizer-nos?
Que vivemos num país em que o respeito pelo próximo não está verdadeiramente interiorizado em cada um de nós.
Que vivemos num país em que os direitos humanos não são uma área importante do nosso conhecimento e da nossa prática quotidiana.
Que vivemos num país em que deixamos que a violência coabite connosco, nas nossas casas, dentro das nossa portas e não nos indignamos nem lutamos contra ela.
Em vez de gritar "Não à violência!", estamos cada vez mais a pactuar com ela, murmurando apenas, por cada agressão conhecida, por cada número, por cada mulher assassinada "Coitada, lá foi mais uma...quem nasce sem sorte..."
Basta de conformação. De aceitação de factos consumados. De encolher de ombros ou de suspiros piedosos.
Comecemos a verdadeira luta contra a violência doméstica. Como? Cada um e cada uma de nós, sem medo, deve afirmar as suas opiniões com clareza, provocar conversas sobre o tema, despertar discussões e mostrar-se convicto/a de que, para que a violência em casa acabe, o valor da vida humana deve ser inculcado, impregnado em cada um de nós, independentemente da idade, do género, da cor, do credo, da profissão...
Esta luta, que é uma luta de imposição de diálogo, de discussão sobre o tema, tem que começar cada vez mais cedo. Não esperemos para que, na escola, uma vez por ano, um grupo de alunos vá assistir a mais uma conferência, no 8 de Março ou no 25 de Novembro.
Comecemos em casa. Com o nosso companheiro, com os nossos filhos.
Induzir os mais pequenos em valores como o respeito, a solidariedade, a dignidade, é função da família. Não se demita. Só na luta ganhamos batalhas!
Que vivemos num país em que os direitos humanos não são uma área importante do nosso conhecimento e da nossa prática quotidiana.
Que vivemos num país em que deixamos que a violência coabite connosco, nas nossas casas, dentro das nossa portas e não nos indignamos nem lutamos contra ela.
O antes e o depois do agressor
O "antes" e o "depois"
"Por que razão, depois de disparar sobre a mulher, veio para o patamar fumar um cigarro?"
Esta pergunta, feita pela advogada de acusação, no decorrer do julgamento de um homem (?) de 28 anos, que matou a sua mulher a sangue-frio, há quase dois anos, é uma pergunta que revela, nela só, toda a estupefacção, o espanto, mas também a raiva contra a impotência que todos devemos sentir, pelo facto de nada podermos fazer ANTES. Os assassinos, os agressores, os maltratantes, os violadores, os pedófilos, esses, têm a possibilidade e o prazer de... fumar um cigarro, DEPOIS!
O "antes" e o "depois" de um agressor serão momentos de prazer? Acredito que, por vezes, sim. O prazer de imaginar o que vai e como vai causar sofrimento. O prazer de ter mais força, o prazer de sentir o espanto e a dor que vai causar...para punir, para "ensinar", para exibir.
Segundo alguns especialistas o perfil psicológico do agressor é o de um indivíduo emocionalmente imaturo e possessivo. Um complexo de Édipo exacerbado. A relação de amor-ódio que sente pela mãe é transportada para a mulher.
Exalta-se facilmente, briga por motivos fúteis e reage com muita frequência como se fosse uma criança, que "destrói" o brinquedo, quando este o desagrada.
O "brinquedo", em alguns casos, é a mulher que ele diz que ama, e que é a mãe dos seus filhos.
O "brinquedo" a quem, por um motivo qualquer ou sem qualquer motivo, puxa e arranca os cabelos, atira de encontro à parede e, se por acaso, não o destrói assim, definitivamente, pega numa arma, aponta-lha ao rosto e dispara.
A adrenalina baixa, os maus instintos estão satisfeitos. A sua masculinidade, a sua virilidade, ficaram bem demonstradas.
No "depois", para que o prazer seja completo, só falta mesmo...fumar um cigarro!
Os idosos são outras das vitimas de violência doméstica, algo igualmente inaceitável!
Quem abusa dos mais velhos?
O processo do envelhecimento pode gerar, aos olhos de quem não o conhece ou não o compreende, uma grande dose de repulsa.
Segundo um estudo da IFA, Federação Internacional sobre o Envelhecimento, os autores dos abusos aos mais velhos são, em cerca de 40%, os jovens.
Quais serão afinal os motivos que levam a um resultado deste tipo?
As razões são várias. Umas mais evidentes do que outras.
Em primeiro lugar precisamos de ter a consciência de que, o facto de não nos prepararmos e não prepararmos os nossos filhos para o natural processo de envelhecimento, pode levar a uma grande dose de incompreensão pelos que, já com mais anos de vida, vão perdendo a capacidade de serem ágeis, rápidos ou completamente auto-suficientes.
O processo de envelhecimento pode gerar, por quem não o conhece ou compreende, uma grande dose de repulsa, mas sobretudo a ideia de que podemos exercitar o nosso poder sobre quem é mais frágil.
Se, por vezes, há algum exagero na forma como os seniores falam dos mais novos, por outro lado, nós sentimos e vemos exemplos que não nos deixam ter dúvidas quanto à necessidade de começarmos a fazer, como em outros países, uma aproximação intergeracional, desde a mais tenra idade, no sentido de, os mais jovens, perceberem não só a obrigatoriedade de respeitar os outros, sejam eles quem forem, homens, mulheres, brancos ou negros, jovens ou velhos, como de começarem a reconhecer a importância e o saber dos mais velhos.
Ou não será assim?
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