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sexta-feira, abril 27, 2012

E ainda afirmamos ser um país desenvolvido...nem animais pode-se considerar, porque os animais ainda defendem os da sua espécie....


O que está para lá dos números...

É tempo de, cada um de nós, dar um passo concreto contra a violência doméstica.
A luta passa pelo diálogo, pela discussão, pela afirmação da nossa indignação de forma convicta e clara.

Tivemos ontem acesso a mais um Relatório Anual de Segurança Interna, relativo a 2009.
Os números, sobretudo os que dizem respeito à violência doméstica, são sempre amplamente referidos e, com eles, constroem-se várias dezenas de notícias em quase todos os órgãos de comunicação social.
 São números, mas, afinal, o que querem eles dizer-nos?
Que vivemos num país em que o respeito pelo próximo não está verdadeiramente interiorizado em cada um de nós.

Que vivemos num país em que os direitos humanos não são uma área importante do nosso conhecimento e da nossa prática quotidiana.

Que vivemos num país em que deixamos que a violência coabite connosco, nas nossas casas, dentro das nossa portas e não nos indignamos nem lutamos contra ela.
Em vez de gritar "Não à violência!", estamos cada vez mais a pactuar com ela, murmurando apenas, por cada agressão conhecida, por cada número, por cada mulher assassinada "Coitada, lá foi mais uma...quem nasce sem sorte..."
Basta de conformação. De aceitação de factos consumados. De encolher de ombros ou de suspiros piedosos.
Comecemos a verdadeira luta contra a violência doméstica. Como? Cada um e cada uma de nós, sem medo, deve afirmar as suas opiniões com clareza, provocar conversas sobre o tema, despertar discussões e mostrar-se convicto/a de que, para que a violência em casa acabe, o valor da vida humana deve ser inculcado, impregnado em cada um de nós, independentemente da idade, do género, da cor, do credo, da profissão...
Esta luta, que é uma luta de imposição de diálogo, de discussão sobre o tema, tem que começar cada vez mais cedo. Não esperemos para que, na escola, uma vez por ano, um grupo de alunos vá assistir a mais uma conferência, no 8 de Março ou no 25 de Novembro.
Comecemos em casa. Com o nosso companheiro, com os nossos filhos.
Induzir os mais pequenos em valores como o respeito, a solidariedade, a dignidade, é função da família. Não se demita. Só na luta ganhamos batalhas!

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